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Como escolher o narrador ideal para sua história




Escolher o narrador certo é uma das decisões mais importantes que um escritor pode tomar. O narrador não apenas conduz o leitor pela história, mas também influencia como a narrativa será percebida. Ele é uma ponte entre o universo criado e o público, e uma escolha equivocada pode limitar o impacto emocional ou a clareza da trama. Então, como decidir qual narrador é o melhor para sua história? Vamos explorar as opções!


1. Narrador em Primeira Pessoa

O narrador em primeira pessoa narra a história a partir de sua própria perspectiva, usando "eu" ou "nós".

  • Vantagens:

    • Proporciona intimidade com o leitor, criando uma conexão emocional mais forte.

    • Ideal para histórias focadas em experiências pessoais ou emocionais.

    • Permite explorar o ponto de vista subjetivo, incluindo pensamentos e sentimentos.

  • Desvantagens:

    • Limita a visão do leitor ao conhecimento do narrador.

    • Pode ser tentado equilibrar uma voz única sem enfrentar a cansativa.

  • Exemplo:


    "O Apanhador no Campo de Centeio", de JD Salinger, é um exemplo clássico de narrador em primeira pessoa que reflete as emoções e conflitos internos do protagonista.

Quando usar: Se a história gira em torno das experiências emocionais de um personagem específico e sua perspectiva única.


2. Narrador em Terceira Pessoa Limitada

Esse narrador acompanha a história a partir do ponto de vista de um ou mais personagens, mas mantém o uso de "ele", "ela" ou "eles".

  • Vantagens:

    • Combina a familiaridade emocional da primeira pessoa com mais flexibilidade.

    • Permite explorar diferentes personagens, mas sem perder o foco principal.

  • Desvantagens:

    • Ainda há limitações no que o leitor saiba; depende do que o personagem sabe ou percebe.

  • Exemplo:


    Na série "Harry Potter", de JK Rowling, o narrador em terceira pessoa limitada nos coloca no ponto de vista de Harry, mas sem acessar pensamentos de outros personagens diretamente.

Quando usar: Se você quer equilibrar a intimidade com uma narrativa de múltiplos personagens.


3. Narrador em Terceira Pessoa Onisciente

Esse narrador sabe tudo sobre todos os personagens, incluindo seus pensamentos, sentimentos e eventos que ocorrem fora do alcance deles.

  • Vantagens:

    • Permite uma visão ampla do enredo e dos personagens.

    • Facilita a construção de um mundo rico e detalhado.

  • Desvantagens:

    • Pode parecer distante e dificultar a criação de uma conexão emocional mais profunda.

    • Se não for bem executado, você pode confundir o leitor com excesso de informações.

  • Exemplo:


    “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, utiliza a onisciência para explorar a complexidade de seus personagens e o cenário político e social.

Quando usar: Se sua história for ampla, com múltiplas linhas narrativas e um elenco de personagens complexos.


4. Narrador Observador

Esse narrador é como uma câmera que descreve o que acontece sem acessar os pensamentos ou sentimentos dos personagens.

  • Vantagens:

    • Dá ao leitor liberdade para interpretar os acontecimentos e personagens.

    • Crie um tom neutro e objetivo.

  • Desvantagens:

    • Pode parecer frio ou impessoal.

    • Requer habilidade para transmitir emoções apenas por meio de ações e diálogos.

  • Exemplo:


    "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway, utiliza um narrador observador para destacar as ações e o ambiente.

Quando usar: Se o foco estiver em eventos externos e não nos pensamentos dos personagens.


5. Narrador em Segunda Pessoa

Raro e desafiador, o narrador em segunda pessoa usa "você" para colocar o leitor como protagonista.

  • Vantagens:

    • Cria uma experiência imersiva e incomum.

    • Pode ser eficaz em textos experimentais ou interativos.

  • Desvantagens:

    • Difícil de sustentar em narrativas longas.

    • Podemos afastar leitores que não se identificam com a abordagem.

  • Exemplo:


    "Você", de Caroline Kepnes, utiliza a segunda pessoa para criar uma narrativa perturbadora e imersiva.

Quando usar: Se você deseja criar uma experiência única e desafiadora para o leitor.


Como Escolher o Narrador Ideal

Considere estas perguntas ao decidir:

  1. Qual é o foco da sua história?

    • Uma narrativa introspectiva pode funcionar melhor com primeira pessoa.

    • Um épico amplo pode exigir terceira pessoa onisciente.

  2. Qual conexão você quer criar com o leitor?

    • Intimidade emocional: primeira pessoa ou terceira pessoa limitada.

    • Distanciamento objetivo: terceira pessoa observadora.

  3. Qual é o gênero ou estilo de sua história?

    • Gêneros como terror psicológico podem ser beneficiários de narrativas em primeira pessoa.

    • Fantasias ou ficções científicas geralmente usam terceira pessoa onisciente para descrever mundos detalhados.



O narrador ideal é aquele que melhor serve à história que você deseja contar. Teste diferentes abordagens, escreva cenas curtas com narradores variados e veja como funciona melhor. Escolher o narrador certo pode transformar sua história e oferecer ao leitor uma experiência inesquecível.


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